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Porto Velho,17/07/2025

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Crianças com deficiência estão mais vulneráveis à violência sexual, alertam especialistas

A maior parte dos casos atinge meninas de até 19 anos


Crianças com deficiência estão mais vulneráveis à violência sexual, alertam especialistas Crianças e adolescentes com deficiência são capazes de compreender a violência sexual e expressar sofrimento / Foto: Freepik

Quase 2,4 mil crianças e adolescentes com deficiência foram vítimas de violência sexual no Brasil em 2023, segundo dados do recém-divulgado Atlas da Violência. A maior parte dos casos atinge meninas de até 19 anos, que somam cerca de 1,9 mil vítimas no total registrado.

Especialistas ouvidas pela Agência Brasil alertam, entanto, que os números provavelmente estão subnotificados, já que a violência sexual contra crianças e adolescentes nem sempre é denunciada — e, no caso de pessoas com deficiência, a vulnerabilidade é ainda maior.

“O que torna uma criança com deficiência mais exposta à violência sexual são os contextos de dependência forçada, isolamento, invisibilidade e silenciamento, perpetuados tanto no âmbito familiar quanto institucional", explicou a psicóloga Marina Poniwas, ex-presidenta do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).

Segundo ela, o histórico de negação de direitos sexuais e reprodutivos, aliado à visão capacitista que enxerga essas crianças como assexuadas, infantis ou incapazes de relatar abusos, contribui para um cenário de impunidade e invisibilização da violência.

A importância de uma rede de proteção preparada

Ao contrário do que muitos acreditam — inclusive abusadores —, crianças e adolescentes com deficiência são capazes de compreender a violência sexual e expressar sofrimento, ainda que de maneiras diversas da comunicação tradicional.

Para Marina Poniwas, é essencial formar famílias, cuidadores e profissionais da rede de proteção para que saibam reconhecer sinais não verbais, respeitar diferentes formas de comunicação, e criar ambientes acessíveis e seguros para a escuta dessas vítimas.

“É preciso reconhecer que o cuidado deve ser compartilhado entre Estado e sociedade, com serviços públicos acessíveis, integrados e comprometidos com a equidade”, afirmou a psicóloga, que também representa o Conselho Federal de Psicologia no Conanda.

A especialista reforçou que todas as crianças e adolescentes devem ser educadas sobre o que é violência sexual, aprender que não são culpadas e saber que existem canais de apoio e denúncia disponíveis.

Imprensa Atípica com informações de Agência Brasil




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