"Não sei como lidar com a pressão", diz piloto autista

Aos poucos, o mundo do automobilismo brasileiro começa a conhecer o nome Dimy Kalinowski, uma jovem promessa que já carrega um feito inédito: ele é o primeiro piloto autista da história do automobilismo nacional.
Vice-campeão Light Mato-Grossense de Kart F4 em 2023, Dimy já acelera rumo a voos mais altos: ser piloto profissional. Para ele, não existe plano B.
Autista nível 2 de suporte, Dimy enfrenta dificuldades na interação social e apresenta rigidez cognitiva — características que tornam seus desafios ainda mais complexos dentro e fora das pistas. Mas é justamente no kart que ele encontra seu espaço de liberdade e expressão, com o hiperfoco no automobilismo funcionando como um diferencial que impulsiona seu desempenho e dedicação.
Como todo atleta, ele convive com a pressão. Mas, ao contrário do que se espera de um competidor, Dimy fala com honestidade sobre como isso o afeta. Neste vídeo, ele revela que não sabe lidar com a pressão, e que, quando se sente pressionado, fico nervoso.
Para ele, um dos maiores desafios é chegar na hora da prova. “A corrida tem hora para começar e eu tenho que estar lá e acabou. Se eu não chegar na hora, ou tomo penalização ou não começo.”
RITUAIS
A preparação de Dimy ocorre com estratégias e rituais: "não posso comer demais para não passar mal depois". "Quando vou alinhar para o grid, normalmente eu entro pelo lado esquerdo do kart e tento ajeitar-me o melhor possível no banco antes da pista.”
Mesmo com as pressões e seus desafios à parte, o atleta segue firme, vestindo o macacão, ajustando o banco e enfrentando a largada com coragem — dentro e fora do kartódromo.
Mais do que um competidor, Dimy representa uma nova geração de atletas que desafiam estigmas e ampliam o conceito de inclusão no esporte. Seu lugar no grid já é, por si só, uma vitória histórica.
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